Contos de Viagem: maravilhas do Peru

Viagens com parentes e amigos podem ser uma delícia, não é mesmo? A Erita e o Joel tiveram experiências inesquecíveis assim quando visitaram o Peru, há alguns anos. Quer saber todos os detalhes? Então, confira mais um de nossos Contos de Viagem abaixo: Viajar é sempre uma oportunidade incrível de conhecimento. Por meio de vários passeios maravilhosos realizados com o grupo Labadee, destacamos um que foi bastante especial, pois além de estarmos bem acompanhados da família e amigos (Anita, Erico, Elaine e Fátima), o passeio foi também uma viagem muito significativa para todos nós. Em 21 de setembro de 2013, conhecemos a nação peruana, um dos países mais bonitos e interessantes da América do Sul, constituído de um povo fascinante, simples, profundo e com histórias que marcaram a humanidade. Entre tantos caminhos percorridos no Peru, tivemos muitas surpresas e encantamentos. Por isso, resolvemos escolher dois destinos que nos chamaram bastante atenção e acreditamos que são bem importantes. A energia pulsante de Machu Picchu O primeiro (e não poderia deixar de ser) é Machu Picchu, conhecido como a Cidade Perdida dos Incas, cujas terras parecem vibrar como os batimentos do coração. Quando carimbamos nosso passaporte, que é a entrada oficial para a cidade, foi uma emoção ímpar porque tivemos uma intensa sensação de bem-estar, como se tudo diante dos nossos olhos estivesse vivo e pleno em nossa volta, imaginando como aquele paraíso foi construído. É um lugar mágico, místico e lindo!! Recomendamos uma experiência maravilhosa àqueles que queiram visitar Machu Picchu: deitar no topo da montanha e sentir a energia tocar seu corpo, vivenciando um magnetismo pulsante e uma tranquilidade única e divina. É impressionante. Vivam este momento!!! As belezas de Titicaca Outro local deste país maravilhoso que nos tira o fôlego literalmente (em função da altitude e da beleza natural) é Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo! Saímos cedo e fomos até uma embarcação preparada com oxigênio (caso alguém precisasse) que nos levou ao povoado que vive nas diversas ilhas flutuantes (plataformas). Chegando lá, fomos recebidos pela população (Uros) e uma das primeiras coisas que observamos e que achamos lindas foram as balsas utilizadas pelos nativos. Elas são feitas de totora (planta aquática que é uma espécie de junco). As famílias demonstraram um enorme prazer em compartilhar conosco suas culturas e nos mostraram como cozinham, dormem, fazem festas (quando se casam, juntam as ilhas) e preservam artesanatos ancestrais muito interessantes. São extremamente alegres, coloridos, receptivos, acolhedores, cativantes e com um brilho no olhar que dificilmente esqueceremos. Talvez pela herança Inca, o povo peruano se importa mais em “ser” e não em “ter”. Foi comovente ver pessoas que, mesmo sem o conhecimento efetivo do mundo e a tecnologia necessária, têm muito a nos ensinar e são felizes com o que possuem. Realmente foi uma lição de vida!! Abraços carinhosos, Erita e Joel.
Relato de viajante: impressões sobre o Peru

Tendo visitado Lima, Vale Sagrado, Machu Picchu e Cusco durante oito dias de viagem pelo Peru – descontados os dois dias de viagem aérea ida e volta partindo de Curitiba -, uma palavra pode resumir a experiência: surpreendente. Em todos os sentidos. Por mais que conhecesse a civilização inca, a arte e artesanato, a diversidade de relevo e a gastronomia, a constatação “in loco” foi fascinante. Fascínio este que não foi provocado pelo chá ou pela folha de coca necessários para minimizar o “soroche”, a conhecida somatória de efeitos da altitude dos Andes. A fascinação acontece por fatores associados, tais como: Riquezas naturais A natureza e relevo de diversidade extraordinária do Peru. A começar por Lima, com suas belas falésias e sua névoa marítima do Oceano Pacífico que, como uma cortina, cobre e descobre a cidade em velocidade assustadora. Tal fato levou os limenhos a chamá-la de “la ciudad que tiene color de panza de burro“ (a cidade que tem a cor de pança de burro). Em seguida, montanhas que fazem parte da Cordilheira dos Andes, onde há cumes com neve eterna a 5.000 m de altitude, assim como, em altitudes mais baixas, há cumes e paredes verdejantes ou rochosos e estéreis e paredes e vales de rios serpenteantes com vegetação amazônica. Povo Hospitaleiro, afável, simpático, humilde, prestativo, mas com um olhar de imensa e profunda tristeza que flecha a alma da gente. A origem indígena é dominante em sua formação física, embora tenha havido miscigenação com povos asiáticos, africanos e europeus. Suas tradições fortemente mantidas, porém mescladas aos costumes impostos pelos espanhóis, que lá desembarcaram em 1531, liderados por Francisco Pizarro. Das impressões dos sítios arqueológicos visitados no Peru, fica a admirável capacidade de engenharia, arquitetura, matemática, astronomia, hidráulica, física e agricultura dos incas, nome que significa líder, chefe, governador ou rei e que acabou por denominar generalizadamente o povo o qual é constituído por vários outros. Povo que aprimorou técnicas de plantio utilizando-se de laboratórios ao ar livre, formados por plataformas curvas escalonadas montanha acima, os quais permitiram o desenvolvimento de uma infinidade de cereais e leguminosas. Possuindo como solo de plantio a inclinação das montanhas andinas, os incas construíam plataformas com base e muro de pedra, em sua maioria de granito. Estocavam a colheita em silos, também construídos na encosta das montanhas. À primeira vista, obras assombrosamente impossíveis de terem sido realizadas por humanos e que geraram indagações famosas como: “Eram os Deuses Astronautas?“ (título do livro do arqueólogo e escritor suíço Erich von Däniken). Mas foram feitas por humanos sim, pelos incas. Como conseguiram? Com a sua filosofia da paciência, do tempo e do compartilhamento. Aprendizado Este foi o meu maior aprendizado e motivo de profunda admiração por este povo. Paciência, algo praticamente impossível para uma ariana. Paciência para esperar por uma enchente para deslocar um bloco de muitas toneladas de granito ou paciência para desviar o curso de um rio com o mesmo propósito. Paciência para bater sistematicamente um bloco de pedra com uma ferramenta também de uma pedra menor, até rompê-la. Paciência para deslocar a pedra cortada sobre roletes de madeira (a roda e os animais de tração chegaram com os espanhóis) ou sobre lama. Paciência para polir as arestas dos blocos já assentados em seus devidos lugares. Sua compleição física, com tórax e panturrilhas avantajados, lhes proporcionou viver em atmosfera rarefeita e levar muito peso nas costas montanhas acima. Paciência para desenvolver sementes e aguardar cinquenta anos pelo resultado. Povo que praticava o compartilhamento como norma comportamental, tanto que, quando os famintos espanhóis alcançaram as cidades nas alturas andinas, compartilhavam seus alimentos estocados e seu ouro e, diante da avidez dos conquistadores pelo metal, pensavam que eles o comiam e o ofereciam em pratos. Povo que respeita a natureza, que pede licença às montanhas e as agradece pelo que lhes proporcionam. Arte A maravilhosa decoração barroca, colonial, espanhola, peruana ou andina de conventos, monastérios, igrejas, criptas, capelas e palácios. Como arquiteta e amante da arte, fui ao Peru ciente de tudo o que queria ver e, tudo se revelou extraordinariamente superior ao que eu tinha como referências fotográficas. O casamento de culturas contribuiu para a vasta herança de monumentos históricos, igrejas e sítios arqueológicos em todo o território e, dentre os que visitei, não os nomearei na totalidade para não me estender. Como católica, frequento igrejas sim, mas confesso que sou movida por extrema curiosidade artística em busca delas. Não sou “carola”, como já fui tachada. Assim como um amigo padre muito querido para o qual fui enviando fotos das maravilhas religiosas visitadas, me disse via WhatsApp: – “Deste jeito vais virar freira.“ Brincadeiras à parte, voltando à arte religiosa do Peru vista em Lima e Cusco e sua profusão de entalhes e detalhes dourados, prateados, policromados ou “ in natura“ , em grande maioria de cedro proveniente da floresta amazônica do Peru e as pinturas em afresco, telas, em tecidos de sacaria, assim como os famosos quadros “cusquenhos” e suas rebuscadas molduras douradas nos revelam a religiosidade e devoção de um povo cujo talento foi muitíssimo bem explorado pelos evangelizadores espanhóis. Como método de evangelização, utilizavam-se de Vias Sacras com figuras humanas com biotipo adaptado aos padrões locais e em escala natural e a representação pictórica de santos e da Sagrada Família em cenas naturais e normais do ser humano como, por exemplo, a representação de Nossa Senhora a Virgem Maria, grávida. Gastronomia Além da filosofia, cultura e relíquias arqueológicas, a gastronomia do Peru é riquíssima e conceituada mundialmente, tendo como provedores o Oceano Pacífico e tudo o que a agricultura inca proporcionou em termos de grãos, leguminosas e frutas. Uma incorporação de culinária nativa, espanhola e asiática somada a um primor de execução e apresentação que tornam qualquer refeição, nos mais variados locais, uma experiência única de excelência de paladar. Dentro das minhas inserções culinárias cabe relatar a do jantar e degustação de sobremesas típicas nas ruínas de Huaca Pucllana, sítio arqueológico cuja construção piramidal
O patrimônio dos incas no Peru

Visitar o Peru é mergulhar em uma verdadeira aula de história! O passado de povos indígenas e dos incas marcou as tradições, a cultura e a arqueologia do país. Vamos conhecer alguns dos patrimônios do império inca com a Labadee? Huaca Pucllana Entre edifícios residenciais e áreas nobres de Lima, o Huaca Pucllana é um sítio arqueológico pré-inca de ruínas que ocupam mais de 150 mil metros. O local é também um dos mais importantes centros cerimoniais da cultura de povos pré-hispânicos no Peru. A construção piramidal de 25 metros de altura erguida de adobe forma um conjunto. É o local perfeito para desfrutar Lima. O sítio construído entre os anos de 400 e 700 d.C conta com um museu que expõe objetos recolhidos das escavações de povos da região, incluindo cerâmica e tecidos. Moray O misterioso sítio arqueológico de Moray hipnotiza os visitantes com seus terraços circulares que parecem não ter explicação. Pesquisadores acreditam que o local funcionava como centro de pesquisa agrícola, que cultivava diferentes espécies em diferentes níveis climáticos. As plataformas circulares foram construídas sobre muros de contenção de terra fértil. Salinas de Maras Mais de 3 mil lagoas compõe o cenário de Salinas de Maras, onde o fluxo da água parte do cume da montanha e é direcionado para um sistema de pequenos canais construídos a fim de fazê-la escorrer gradualmente para preencher todas as lagoas. O sal é obtido através da água salgada de um córrego subterrâneo que evapora. Sacsayhuamán Próximo ao centro de Cusco, o parque arqueológico de Sacsayhuamán preserva grandes pedras de granitos de até 9 metros de altura encaixados sem qualquer tipo de liga. Protegido em seu interior, um universo rico de templos, depósitos e canais de água. O conjunto de muralhas com rochas de aproximadamente 350 toneladas protegia o império inca de possíveis invasões. Tambomachay Conhecido também como ‘’Banhos dos Incas’’, o sítio arqueológico era destinado ao culto da água, sendo considerado um santuário de incrível tecnologia hidráulica composto por plataformas, nichos e fontes de água que correm por suas rochas. Tambomachay era o local de descanso do chefe do Império Inca, enfeitado por uma espécie de jardim real. Ollantaytambo Situado em uma colina próxima de Machu Picchu, Ollantaytambo é um exemplo de como era um povoado inca. A região conserva casas, ruas, canais, gigantes monólitos e edifícios como o Templo do Sol, a Praça MañayRaqay e uma fortaleza de diversos terraços para proteger o vale de possíveis invasões. Incaico de Qenqo O complexo arqueológico de Qenqo teve extrema importância para os rituais incas por depositar a chincha (bebida de milho) em seus degraus, buracos e canais rochosos. Além das imensas rochas de granito, o local ainda conta com galerias subterrâneas e uma enorme área semicircular usada para cerimônias públicas na época. Puka Pukara Antigo alojamento dos incas, o sítio de Puka Pukara conserva praças, aquedutos, atalaias e estradas cercadas por muros irregulares. A cor vermelha das rochas de suas ruínas deu ao local o nome de ‘’Fortaleza Vermelha’’. Piquillacta Os vestígios de Piquillacta provam que o planejamento urbano da cidade foi muito bem pensado. Suas mais de 700 construções de plano geométrico harmonioso foram ordenadas em conjuntos separados por linhas retas e cercadas por muros para um aspecto de fortificação. Piquillacta foi um dos maiores centros administrativos e de culto da civilização huari. Machu Picchu Para encerrar a lista, uma das sete maravilhas do mundo moderno. O sítio arqueológico de Machu Picchu encontra-se a 2.450 metros acima do nível do mar e se estabeleceu no topo de uma montanha. Considerada a ‘’cidade perdida dos incas’’, Machu Picchu foi construída inteiramente em pedras de até 20 toneladas. O local conserva os vestígios de importantes praças, templos, mausoléus e terraços agrícolas das famílias que viviam na região. Aproveite para conhecer todas essas belezas junto conosco!