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Contos de Viagem: encantos e tradições do Marrocos

Você sabe o que por que o Marrocos é um destino maravilhoso? A Elaine Rossi nos conta como foi sua experiência única pelo país. O relato faz parte da série Contos de Viagem, que tem inspirado nossos leitores a planejarem suas próximas viagens em lugares imperdíveis. Confira:

Há algum tempo, participei de um grupo folclórico árabe e me apaixonei por sua cultura, suas músicas, danças, vestimentas, festas e pelos adereços, costumes e tradições. Surgiu, então, a vontade de conhecer os países árabes. Quando soube do programa elaborado pela Labadee para uma excursão ao Marrocos, não tive dúvidas de que seria a oportunidade para realizar esse sonho.

Assim, em outubro de 2019, embarcamos para Casablanca. Confesso que não tinha pesquisado muito a respeito do que realmente aquele país tinha a nos oferecer, mas confiei plenamente no programa estrategicamente elaborado pela agência, tanto que, aos poucos, em cada passeio, eu me surpreendia com toda a riqueza cultural e a diversidade de beleza que encontrava,  sempre encantada com as explicações e histórias detalhadas do nosso guia local, Hatem.

Logo de início, visitamos a imponente Mesquita Hassan II, na orla marítima de Casablanca. Símbolo da arquitetura árabe e considerada a joia do Marrocos, ela é simplesmente magnífica e com um charme todo especial. Impossível não se impressionar por tamanha beleza!  

Seguimos para Rabat, capital administrativa do Marrocos, uma cidade acolhedora, elegante e encantadora, onde se encontram o Palácio Real, o Mausoléu de Mohamed V e a Alcáçova dos Oudaya – uma cidade murada, com ruas históricas e repletas de lojas e cafés, o que torna o passeio super agradável.

Passamos por Meknès, cidade imperial que possui a majestosa porta de Bab el Mansour, até chegarmos a Volubilis, onde estão as ruínas romanas mais importantes do Marrocos. Mas foi na Medina de Fez que minha expectativa da viagem se realizou, pois é um lugar único e incomparável com tudo o que eu já tinha visto. O local é um mundo mágico, bem longe do normal. Fiquei maravilhada com essa cidade imperial, que é a mais antiga do Marrocos, pois foi nessa Medina que nos aproximamos mais da cultura de seu povo e encontramos diversas situações inusitadas.

Vendedores ambulantes perseguem o grupo por todo o passeio no intuito de vender suas mercadorias no meio de cerca de 9 mil ruas estreitas e históricas. Um verdadeiro labirinto onde só é possível andar a pé e muito fácil de se perder.  O transporte de mercadorias, produtos e especiarias é feito apenas por carrinhos de mão ou burros de carga. E humildes artesãos trabalham descalços, sentados no chão das lojas de artesanatos.

Observamos uma moradora carregando uma galinha viva, recém-comprada no mercado, para servir de almoço. As mulheres fazem o pão caseiro e levam para assar em um forno comunitário que atende toda a população da Medina e, por incrível que pareça, cada uma sabe identificar qual é o seu pão. E é nesse local que elas já aproveitam para arranjar o casamento de seus filhos. 

Andar pelas ruas da Medina, desfrutar da beleza de seus artesanatos e sentir como os marroquinos vivem foi uma experiência esplêndida! Mas o que mais me impressionou foi o curtume: o cheiro é um pouco desagradável, mas nada como um raminho de hortelã para cheirar e valer a pena conhecer essas covas cheias de corantes naturais para colorir os couros de carneiro, boi e cabra. 

As tradições árabes são muito presentes dentro da Medina de Fez, principalmente nas residências, cujas portas têm dois tipos de dispositivos para bater ao chegar. Há um maior e mais alto para os homens acionarem, que emite um sinal sonoro específico e faz com que os moradores saibam que é um homem e, assim, apenas um homem pode atender a porta. O outro é menor, localizado mais abaixo, para a mulher bater e produzir um som diferenciado e ser atendida por uma mulher. 

Continuamos nossa viagem com destino ao deserto do Saara e, no meio do caminho, paramos em um acampamento berbere. Eu me dei conta de que, até aquele momento, em todos os hotéis, restaurantes, lojas, ambulantes, ajudantes, guias, eram somente homens que nos atendiam e agora estávamos diante da primeira mulher, por se tratar de uma família que residia no deserto. 

O acampamento era simples demais, com apenas o necessário para se viver e eles não tinham muito para nos oferecer, mas fomos muito bem recebidos com chá, pãozinho recém-saído do forno e muito carinho. 

As carnes de caça estavam cortadas e penduradas para secarem ao sol; as tâmaras colhidas estavam espalhadas pelo chão; os brinquedos das crianças eram panos costurados em forma de bichinhos; o banheiro era uma tenda sobre a areia; o quarto tinha apenas cobertas e travesseiros para dormir e tudo o que possuíam guardavam em cima das tendas em sacos de pano.

Difícil saber a idade dessa mulher berbere, devido às circunstâncias e dificuldades de sua vida, mas ela tinha um encantamento peculiar, uma beleza interior inesquecível! Não compreendia uma palavra que falava, mas seu olhar e seus gestos se comunicavam perfeitamente. Acariciou meu rosto carinhosamente e me arrumou com o seu lenço para eternizar aquele momento numa fotografia. Do seu jeito, queria me deixar linda para essa lembrança… uma foto que não pertenceria a ela e que até hoje me emociona, porque lembro de sua ingenuidade, bondade, de sua vida sofrida, e, principalmente, porque percebi que, apesar do pouco que tinha, ela era feliz! 

Enfim, chegamos ao nosso acampamento de luxo no deserto do Saara. Um local maravilhoso no meio da areia. As tendas eram super confortáveis e os recepcionistas do local eram os mesmos que ajeitavam os quartos, que preparavam as refeições, que ajudavam com as bagagens, que nos atendiam e que preparavam a fogueira para nos divertir com músicas e danças típicas.

No fim da tarde, os camelos nos buscaram para um passeio. Íamos um a um, puxados por um beduíno, admirando a imensidão do deserto até paramos para apreciar o pôr-do-sol. Sentada na areia, observando o sol se pôr, após uma oração em grupo, diante daquele espetáculo divino, senti uma energia enorme, uma paz interior e muita gratidão! Agradecia por estar bem de saúde, pela família que tenho, pelas oportunidades, conquistas que realizei e tudo o que a vida me proporcionou!

Nossa noite foi incrível! Todos do grupo foram vestidos a caráter para o jantar e, mais tarde, nos sentamos em volta do fogo, sob o céu estrelado, para ouvir o som das músicas, apreciar a dança folclórica e nos divertir com a festa preparada pelos rapazes do acampamento.

No dia seguinte, partimos para Tinerhir, um dos mais belos oásis do Marrocos, famoso pelas suas numerosas palmeiras e alcáçovas. De lá, fomos para a Garganta do Todra, com suas paredes de mais de 300 metros de altura. Ainda conhecemos o Vale do Draa, com suas palmeiras, Kasbah e aldeias berberes, até chegarmos em Ouarzazate, conhecida como a Hollywood Marroquina, palco de diversos filmes famosos, onde tivemos a oportunidade de conhecer o Atlas Studios.

Atravessamos o belo Atlas até chegarmos a Marraquexe, a grande metrópole berbere, conhecida como a “Pérola do Sul” e “Cidade Vermelha”, por possuir construções da cor ocre. Marraquexe é uma cidade com muitos contrastes e diversidades. Ela é simplesmente maravilhosa, monumental, linda e exótica. O local possui resorts luxuosos, souks atraentes, um bairro moderno, cheio de bons restaurantes e lojas de marca, monumentos esplêndidos, palácios, praças e uma Medina – cidade antiga e histórica que mantém sua cultura original.

Ainda tivemos a oportunidade de passear de balão, fazer uma aula de culinária, andar de charrete pelas ruas antigas, participar de uma palestra em uma  farmácia de manipulação do famoso óleo de argan, conhecer o belíssimo Jardim e Casa de Yves Saint Laurent e desfrutar de um delicioso jantar, dentro de um Palácio da Medina, com apresentação de dança do ventre.

Mas percorrer as ruas estreitas da Medina, lotadas de transeuntes e lojas coloridas de lindos artesanatos foi deslumbrante, pois me senti, mais uma vez, totalmente inserida na cultura marroquina.  Em uma tenda de souvenirs, fiquei encantada com um atendente que me pediu ajuda para escrever os valores das mercadorias em inglês, pois tinha dificuldades com a língua e gostaria de atender melhor aos turistas. Em outra, porém, não tive coragem de pechinchar, porque percebi que o jovem rapaz não sabia fazer contas.

A Praça Jemaa El-Fna, patrimônio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), é inacreditável! É animada por músicos, contadores de histórias, encantadores de serpentes, tatuadores de henna, feirantes, vendedores ambulantes, artistas de ruas, dançarinos, barracas de comida, acrobatas, restaurantes e souks. Várias vezes, eu me questionei se o que eu vivenciava era real, pois fiquei impressionada com essa praça, completamente enigmática, única e, sem dúvida, um lugar onde tudo acontece! 

Não tenho dúvidas de que essa viagem me conduziu a rever conceitos. Voltei com a certeza de que, para conhecer esse fascinante país, é preciso se despir de qualquer tipo de preconceito, deixar-se levar pelos sentimentos, participar de sua cultura e, acima de tudo, respeitar os costumes e tradições de um povo humilde, acolhedor e sofrido, que vive tão diferente de nossa realidade.

Gostou do relato da Elaine? Deixe seu comentário e fique de olho no nosso blog para mais contos. Se quiser planejar sua próxima viagem conosco, é só entrar em contato!

2 Responses
  1. Elisa Chacaroski

    Muito lindo, tão bem descrito que consegui captar as emoções e imaginar os locais dos relatos desta viagem da Elaine ! Parabéns ????????

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